domingo, 19 de março de 2023


— Estava procurando você pela cidade toda... – ele diz, com um sorriso largo. — Queria lhe contar uma coisa!


Enrolei os olhos com tanta intensidade que quase fiquei cega. O rapaz de Postwick mais lindo, inteligente, carismático e rico - tudo que um garoto perfeito deveria ser - mas também o mais chato de todos.


Não consegui esconder o meu descontentamento quando finalmente falei o seu nome, deixando escapar um suspiro exasperado:


— Hop... – balbuciei, minha voz carregada de frustração. – O que diabos você está fazendo aqui? 

CAPÍTULO II
INFÂNCIA


Não pense que odeio Hop, longe disso. 


A verdade é que eu o conheço melhor do que ninguém, conheço o tão bem que posso prever suas reações antes mesmo de ele tomá-las. Sei exatamente como ele sorri e como ele fala, ou quando fica ácido quando está zangado com seu sarcasmo. Cada detalhe seu como se fosse parte de mim mesma, como um irmão que nunca tive.


Nós dois crescemos juntos, desde pequenos. Nossas mães eram antigas amigas de longa data, haviam sido colegas de escola e sempre se mantiveram próximas. Antes mesmo de nascermos, o destino já havia traçado nosso caminho de amizade.


Desde que nos conhecemos então, muita, mas muita coisa mudou. Lembro-me dos tempos em que morávamos na mesma rua e brincávamos juntos todos os dias durante horas, antes do seu irmão se tornar campeão pela primeira vez. Naquela época, não havia brincadeira boba demais para nós. 


Éramos crianças felizes, inocentes e cheias de sonhos.


Eu me perguntava constantemente o que havia acontecido para que nossa amizade se desvanecesse assim.

 
Com a vitória do seu irmão na Liga dos Campeões, Hop foi começando a ser notado pelos outros alunos na escola, afinal, ele era o irmão do mais recente campeão, quem não gostaria de ser amigo do irmão do campeão? Uma ajudinha e uma chamada era mais o que suficiente para deixar essas crianças loucas com a chance de conhecer o campeão.  


De repente, ele se tornou popular e admirado. 


Eu, por outro lado, ainda era a mesma garota de sempre, sem nada de especial para oferecer. Eu tentava acompanhar o ritmo dele, mas parecia sempre estar um passo atrás. As conversas com ele pareciam muito mais interessantes 


Embora tenha vencido nas semifinais do torneio, fiquei surpresa ao perceber que a verdadeira conversa durante a semana seguinte girou em torno dele e de como eu seria sua futura adversária. Sua reputação era tão grande que sua derrota foi considerada um evento marcante, e isso parecia ofuscar minha própria conquista.


Foi como se sua fama tivesse se tornado maior do que a própria competição, e isso me deixou um pouco zangada, não, para ser sincera, me deixou bem zangada.  Me perguntei se as pessoas estavam me vendo como uma mera peça no jogo dele, em vez de uma adversária digna e competente. 


Eu me sentia perdida e confusa. Não sabia como lidar com essa mudança em nossa relação e, aos poucos, comecei a me afastar também. Era como se uma barreira invisível tivesse sido erguida entre nós, impedindo que voltássemos a ser os amigos que éramos na infância.


No entanto, apesar dessas mudanças, ainda havia momentos em que conseguia ver a essência do antigo Hop brilhando por trás da sua nova persona de estrela em ascensão. Em seus momentos mais vulneráveis, ele ainda era o mesmo amigo leal e carinhoso que conhecia desde a infância. 


Meus pensamentos rapidamente se inundaram em turbilhão.


Saber que Leon Kingstone estaria na arquibancada, me assistindo batalhar pela vitória, era motivo de grande pressão e nervosismo. Senti um suor frio nas minhas mãos, minhas pernas tremeram e meu estômago se retorceu com a expectativa e a possibilidade de falhar diante de um dos meus ídolos do esporte. 


Meus olhos vaguearam pelo campo, tentando encontrar algo que pudesse me acalmar, mas não havia nada.


— Que bom. – menti descaradamente. – Ele será capaz de testemunhar a minha vitória.


— Veremos isso. –  ele respondeu com um sorriso. – Não vou roubar mais do seu tempo. – ele acrescentou, despedindo-se com um aceno. – Boa sorte.


Era uma das coisas mais humilhantes que poderia acontecer, e eu sabia disso. 


No entanto, sabia que não podia deixar a fama dele me afetar. Trabalhei duro para chegar aonde estava, e minha vitória nas semifinais foi uma prova disso. Eu não podia deixar a sombra da reputação dele obscurecer minhas próprias vitórias.


Ele era o meu Rival, não o contrário, consegue entender a diferença?


Ainda queria ser amiga dele, mas as coisas estavam diferentes agora. Ele passou a agir de forma diferente comigo, distante e superficial. Talvez fosse apenas a pressão de se tornar um campeão e ser tão bem-sucedido quanto seu irmão. Ou talvez, como eu temia, fosse algo que havia feito ou dito sem perceber, não sou a melhor em palavras.


Eu sabia que ele era bom, tinha talento, nunca imaginei que ele pudesse se tornar um grande astro. Eu não conseguia lembrar dele mencionando esse sonho antes de ver seu irmão competir e, de repente, se tornou. Parecia que ele havia encontrado a fórmula para chamar atenção e se destacar, abandonando o antigo Hop que eu conhecia.


Ele estava em todos os lugares, participando de competições, aparecendo em entrevistas da cidade e vila e sendo aclamado como um dos melhores da sua geração. Era difícil reconciliar essa nova imagem dele com a pessoa que eu conhecia tão bem. Às vezes, me perguntava se ele ainda se importava com as coisas que costumávamos fazer juntos, ou se tinha se esquecido completamente do seu passado.


— Acabei de te dizer. – respondeu ele, com um tom impaciente em sua voz, como se eu fosse a pessoa mais distraída do mundo. –  Queria te contar uma coisa, muito importante. – de repente, sua expressão mudou, como se tivesse acabado de lembrar de algo. –  Ah, o Axel está aqui?


Eu olhei para ele, tentando entender o que estava acontecendo. Por um momento, parecia que ele estava tentando desviar o assunto, mas então, percebi que talvez fosse apenas uma distração momentânea.


Ele se agachou para afagar meu pokémon, sem esperar a minha resposta.


Observei com cautela enquanto ele olhava o Pokémon com curiosidade. Era impressionante como parecia saber tudo sobre Pokémon, isso era um tom que não poderia ignorar, era talvez até melhor comparado as suas habilidades em batalha.


— Posso? – perguntou, com aqueles os olhos suplicantes.


Não pude negar, então ele acariciou o pelo do animal com cuidado, analisando cada detalhe.


Observei com atenção enquanto ele analisava cada detalhe do animal, seus dedos deslizando suavemente sobre sua pelagem macia. podia ver a felicidade em seu olhos enquanto ele interagia com o bichinho, seus olhos brilhando de alegria.


— Uau, você cuida dele muito bem. A pelagem brilhante e extensa sugere que ele pode aquecer e formar as brasas mais quentes, e as grandes orelhas eretas significam que pode ficar mais forte ao evoluir, desenvolvendo músculos fortes nas patas. Glória, você é realmente uma treinadora incrível


Um elogio inesperado me fez sentir as bochechas corarem instantaneamente, mas logo me recompus e voltei à minha postura, mantendo uma atitude cautelosa. 


Eu sabia que não devia baixar a guarda com Hop, afinal, nossa história me ensinou que nada de bom poderia surgir de nossas conversas.


— Então, o que queria me contar? – perguntei, mantendo minha postura defensiva.


Hop se levantou e se aproximou, encarando-me com aqueles olhos dourados que faziam todas as garotas da cidade suspirarem. Ele parecia um tanto ansioso, mas logo sua expressão mudou para uma de alegria.


— Ah, sim. – ele disse, como se acabasse de se lembrar de algo. – Meu irmão está na cidade, sabia?


Meu Arceus.


Para além de todas as qualidades que ele possuía, o rapaz ainda tinha o privilégio de ser irmão de uma das pessoas mais conhecidas de todo o planeta, o lendário Leon Kingstone, o Magnus XXV, vigésimo-quinto Campeão. 


A notícia me fez pular de alegria por dentro, e me vi sorrir de orelha a orelha. Fiquei surpresa e ao mesmo tempo animada com a notícia, saltitando de felicidade por dentro e mal conseguindo conter minha empolgação.


Leon era uma verdadeira lenda no mundo dos treinadores de Pokémon. Sua habilidade em batalha era excepcional, sendo capaz de derrotar todos os ginásios da primeira e segunda divisão do país em um tempo recorde de um ano. 


Aqueles que o conheciam sabiam que sua incrível habilidade em batalha não era apenas um talento natural. Ele havia sido treinado pelo treinador Mustard, outra lenda viva, dito como o maior treinador da história Galariana.


Leon havia absorvido todos os ensinamentos de Mustard, combinando sua própria dedicação e paixão, dando um toque especial e pitada de originalidade para se tornar também um dos melhores treinadores de todos os tempos.


Sua jornada desde seus humildes começos em Postwick até suas vitórias nas maiores arenas do mundo era inspiradora para muitos jovens treinadores como eu. Ele desafiou o impossível, em uma geração de prodígios superou a adversidade e deixou uma marca indelével na história das batalhas Pokémon. Não era à toa que muitos o consideravam o invencível.


Seu controle e conexão junto do seus Pokémon e seu domínio absoluto em estratégias técnicas e impressibilidade tornaram impossível ignorar o seu talento. Com uma rajada de fogo poderoso e uma precisão incomparável, sua Charizard se destacou como uma guerreira de classe mundial, derrubando recordes e levando seu time ao topo em inúmeras ocasiões.


— Sério? – perguntei, mal podendo conter minha empolgação.


Hop assentiu, sorrindo.


— Ele é capaz de assistir o seu jogo, sabia? –  sugeriu.



Ele havia feito aquilo de proposito? 



Senti meu estômago se retorcendo com a expectativa e a possibilidade de falhar. Mas, ainda assim, sabia que não podia desistir. Eu teria que lutar, dar o meu melhor e provar a mim mesmo que era digno de estar ali. E, talvez, quem sabe, pudesse impressionar o campeão e tornar-me alguém para se observar também.




Seu tom de voz indicava que ele estava deixando algo implícito, algo que não era capaz de decifrar. 


Senti um leve arrepio percorrer a minha espinha enquanto observava Hop se afastar, sem ter certeza se devia confiar nele ou não. 


Quando dei por mim, faltavam alguns minutos para entrar em campo, percebi que Axel ainda estava ao meu lado, esticando seus músculos com cuidado, silencioso. O tempo passava rápido, e logo ouvi o som do sino anunciando o início da próxima batalha. Com determinação, segui em direção à arena, pronta para enfrentar o meu adversário.


Com uma respiração profunda, observei atentamente a figura de meu adversário enquanto o apresentador se preparava para anunciar nossos nomes ao público. 


Ele era um colega de mesmo ano, cabelos encaracolados em tons loiros morango e olhos azuis que refletiam determinação. 


O tempo parecia ter parado enquanto ele lançava sua pokébola para o alto, extraindo de lá uma coruja curiosa que pairava no ar com uma elegância majestosa, um Hoothoot.


Eu me perguntava se a escolha de meu oponente seria capaz de superar o meu tipo de Pokémon, e por um breve momento, a dúvida pairou em minha mente. Contudo, sacudi a cabeça, concentrando-me no que viria a seguir


Houve uma rápida troca de farpas entre nós, o famoso trashtalking, algo esperado em um esporte tão competitivo como este, mas minha mente só conseguia focar em uma coisa. Meus olhos se moviam rapidamente pela arquibancada em busca de Hop e, consequentemente, do atual Campeão.


 Infelizmente, apenas o rosto animado de Hop pude encontrar.


A ausência do Campeão me deixou ainda mais ansiosa e nervosa. 


Será que ele estaria me observando em algum lugar escondido? Será que estava analisando cada movimento que eu fazia? Estava realmente me assistindo? Esses pensamentos me perturbavam, e eu tentava manter a concentração na partida que estava prestes a começar.


O ar estava carregado com a energia dos espectadores animados, seus gritos ecoando, amplificando a sensação de tensão que já me dominava. Senti o calor do pôr do sol em meu rosto e meus dedos suarem.


Fui despertada abruptamente pelo som estridente do assobio do adversário, que indicava o início da luta. Mal tive tempo de me focar antes de ver meu adversário partir em um ataque furioso em direção ao meu Pokémon.


Sua investida foi magnífica, quase parecendo o voo de uma ave de rapina, que se lança em um mergulho mortal em direção à presa. Axel se esquivou habilidosamente do golpe, mas pude sentir o medo que o tomou diante da intensidade do ataque.


Eu não podia culpá-lo. A competição era feroz e sabia que meu adversário estava determinado a vencer a qualquer custo. Senti uma onda de preocupação e compaixão por Rooney e me preparei para o contra-ataque, focada em protegê-lo a todo custo.


Eu iria ganhar...


{ 6 Comentários... leia-os abaixo ou comente }

  1. Yooo Welfie

    Rindo horrores que eu jurava que a Glória odiava a porra do Hop e que ele era INSUPORTÁVEL. Mas eu fui metaforada e me enganaram real hausahushahus

    Eu consigo sentir todos o nervosismo da Gloria. Imagina o turbilhão que ela deve ter na cabeça de ver um amigo SUBIR UNS 40 NÍVEIS de uma vez e ela nem notar. Acho que deve ser muito frustrante sentir essa mudanças repentinas, o que explica pra caralho esse desapego da Gloria por ele. Mas ainda sou corajosa pra dizer que rola um sentimento, NÃO SEI, EU SHIPPO QUALQUER COISA HAUSAHUSHU Mas vai ser muito fofo a Gloria se esforçando pra andar lado a lado com o Hop

    ENQUANTO ISSO, IRONICAMENTE A GENTE TEM UM HOP QUE PROVAVELMENTE SE SENTE MUITO INFERIOR POR CAUSA DO IRMÃO. Aí imagina a fofura ao ver que a Gloria já acha o Hop incrível enquanto ele não acha o suficiente. Acredito que isso vai render tantas confusões e mal entendidos que só vão colaborar para a evolução dos personagens. Confio em vc para continuar um excelente trabalho com o Hop <3 E com a Gloria tbm, mas ela já é incrível de qualquer maneira

    See ya Welfie

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    1. KKKKKKKKK

      Oi, Star! Já começo com o comentário com uma risada,eu bem avisei que não era bem isso que o povo estava pensando que bom que dei uma pequena quebra de expectativa.

      Não consigo muito bem explicar a visão da Glória sobre o Hop, eu acredito que ela sente uma certa saudade do antigo amigo e dos bons tempos e raiva não só pelo o quanto ele mudou mas também em como as pessoas não a valorizam como uma incrivel treinadora que ela pensa que é.

      Como pode ter visto na frase "Ele era o meu Rival, não o contrário, consegue entender a diferença? ", ela acredita ser a protagonista da história, ela que é importante, não uma secundária.

      Acho isso até uma suberba da parte dela, inclusive por parte dela, quando cita que ele é um bom treinador, mas não o suficiente para ser um astro, ela sim, mas ele não. Aí, aí Glória

      Quanto o Hop, imagina também a pressão que ele sente sobre os ombros, uma prima campeã, irmão e um legado na familia assustador, ele TEM que ser o próximo grande treinador, caso contrario as pessoas não verão como a incrivel pessoa que ele é, apenas o irmão do campeão.

      Vai render discussões, confusões e muitos outros sentimentos entre esses dois e sendo sincero não sei se serei capaz de atingir as vossas expectativas, mas aqui estou.

      Muito Obrigado pelo seu comentário mais uma vez, Star, o seu suporte ao longo dos capítulos tem me ajudado muito e a querer continuar a escrever. Um comentário aqui e ali realmente motiva o autor.

      Espero ve-la no próximo capítulo! Um abraçoooo

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  2. Um pouco sobre o passado do Hop e Gloria! Gostei muito, bem normal em ambiente escolar os adolescentes todos terem começado a dar mais atenção ao Hop por causa do irmão Campeão. Estou ansiosa para ver como vai ser a sua versão de Hop depressivo que pensa que não é bom o bastante igual ao irmão.

    Otimo cap! Até a próxima!

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    1. Olá Shii!

      Que bom continuar aqui comigo, peço desculpas pela demora, mas aqui estou. Fico contente que tenha gostado desse pequeno pedaço do passado do Hop e Gloria.

      Realmente, o ambiente escolar é legal, traz certa nostalgias as vezes, mas também consegue ser um verdadeiro pesadelo e acredito que Gloria tinha sido uma daquelas garotas que viveu nesse "pesadelo" enquanto Hop recebia todo esse carinho "falso" (pelo menos é o que a personagem acredita), ela era simplesmente ignorada... Ai ai.

      Muito Obrigado pelo seu comentário, fico feliz em saber que gostou do pouco que escrevi, um grande abraço e até a próxima!

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  3. Diga, Welfie!

    Olha esse Hop vindo mexer com o psicológico da Gloria antes de uma batalha tão importante! Mas realmente, não dá pra saber se ele fez isso de sacanagem sabendo que a menina ia ficar nervosa, ou se fez com a intenção de deixá-la mais motivada pra vencer. Uma coisa é certa, a Gloria vai ter que colocar a cabeça no lugar, se não conseguir focar na batalha vai dar ruim pra ela, já que o oponente parece ser forte.

    Curti também como você aproveitou o contexto do capítulo pra fazer um breve resumo de como o Leon foi subindo os degraus até se tornar o Campeão. Vai ser interessante ir descobrindo mais sobre ele pouco a pouco.

    Até a próxima! õ/

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    1. ShadZ, lendário!

      Aí, Aí, esse Hop. O cara é um malandro mesmo, principalmente se levar em conta que ele perdeu para ela na semifinal, então faria sentido ele querer ver ela perder, ou não... o que você acha? Eu pessoalmente não iria saber como batalhar depois de uma noticia bombastica como essa.

      Claro, sempre que posso tenho que falar do milhor não é? Ele é a cara da região e talvez o ponto mais alto dela.

      Acho que tenho que fazer jus ao personagem e dar um background e contexto ainda melhor para ele e acho que fica muito legal porque quem dá esse contexto para nós é uma fã, então muita das coisas que ela diz podem ou não ser verdade, mas enfim... vamos esperar para ver!

      Muito Obrigado pelo comentário,Shadz e peço desculpas pela demora! Vejo você na próxima!

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